quinta-feira, 29 de abril de 2010
sagrado
imagem: net efekt/flickr
A folha alva
Sagrada seja
sangrada seiva
Singra de desejo
De ver a palavra
Em ranhuras
E sulcos vivos
Transformar sua carne
Sua pele branca
Em coisa viva:
Arauto de versos
E de verbos prenhes
o poema convexo
se curva,se amolda,
se estende, em repouso,
como pouso de pássaro
voando num céu claro
em closes de brigadeiro
azul:
é mágico o despertar
da consciência
e sua revelação:
é lúdico
o ato de escrever
e embaralhar
signos e hieroglifos
como seres fantásticos,
como grifos
gritos e sussurros
como sopro
da divindade
em nosso ouvido.
Os pulmões exalam ar
Que tocam cordas
Que vibram carnes
E a palavra se faz.
E a mão afoita
Transforma voz em objeto
E a folha de papel
Sangra sulcos
Em sua carne branca
exprimindo o êxtase
desse coito
ininterrupto.
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4 comentários:
Sagrado... realmente sagrado, este lugar onde os signos nos revelam segredos, beleza e história... realmente sagrado! lindo
bjs
Ai, Ui...muito intenso, muito doido, muito pertinente, muita poesia. arrasou mais uma vez. beijo.
E pensar que antes era apenas uma folha em branco...
Gostei muito do poema.
Abraço.
oi Danilo
vim aqui te saudar, pois gostei muito do teu comentário "extensivo" ao meu, s/ a caligrafia, lá no blog do zappa.
calle grafia
via da vida
caligrafia
um abraço!
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