quarta-feira, 14 de abril de 2010

até


imagem: swamibu/flickr

de alma em punho
me exponho
a ventos e tempestades:
sem amarras
a felicidade
é uma alma quente?

meus sonhos
largos por demais
se comprimiram
na estreiteza do caminho
meu corpo
livre demais
rompeu-se em partes
suspensas nos despenhadeiros
e rochedos
meus medos
poucos demais
se avolumaram
na medida dos caminhos
e dos caninos
deixados,nos escaninhos
da memória:
minha história
sua história
vidas: o que é a vida?

...sabe, meu amor, há tanto tempo eu não .olhava dentro do seu olho que me desacostumei da idéia do verde do teu olhar atirando lanças ao meu: lanças de fogo, jogo de sedução, a menina dos teu olhos piscando branca brinca ainda em minha mente de tantos e taantos anos atrás e a gente corrria e caminhava e parava e sentava e ria e ria e a vida era uma infância só plena, bela, grande demais para a nossa meninice sem mesmice sem masmorras sem mordaças- éramos assim e a brincadeira era uma só: menino e menina no meio da roda e a gente não era santo nem nada mas era bom ser criança e de repente os anos se pasaram: ah, esse danado do tempo que vem e vai e vai levando tudo feito águas revoltas sem pontes para o lado de lá- da maturidade- nossos corações não acompnham essa velocidadee com que nossos corpos arreferecem- nossa mente nos arremete cada vez mais e mais buscando sonhos mas os sonhos se atolaram no lamaçal dos caminhos, esgarçaram-se na estreiteza das estradas, nossos sonhos ficaram e nós passamos e mesmo assim a gente está aqui, vivos, vibrantes, ainda somos lindos e nossos corações não se empedraram, pois fomos abençoados pela santa luz da poesia: ah, a poesia, este estado que não se define mas que nos mantém alertas abertos ao te3mpo: a poesia, esta arma quente que nos faz expor a alma, a brincar de palavras, a desmontar verbos e versos e nos traz o prazer das revelações- a descoberta daquele poema antigo, daquela palavra mágica, e, além disso, a descoberta do outro olhar sobre o outro- ah, meu amor, que bom olhar no teu olhar verde arremessando promessas e primícias sobre o meu olhar- você sabe, são tantos anos, são tantos planos, tantos panos(indianos, você se lembra dos sessenta?) e tanto incenso e non-sense e tanta falta de senso, tanta viagem- meu amor, mas tudo vale tudo tudo é vida que se aprende e se desprende de nós-

sei que andamos muito. a estrada
nem sempre limpa, nem sempre linda,
a vidaa, nem semepre amena,
ou serena,
muita pedra, muito espinho
camimnhamos juntos
buscando aquele sonho:
o de estar juntos,
de ver juntos,
de ouvir juntos
Uma manhã nascendo.
é amor?
não sei, spó sei que é bom
ser assim: e insistir
romper caminhos estreitos
desafiar o decoro
das decentes
mentes dormentes
e caminhar, com você,
até onde o passo alcançar.

3 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Danilo... que coisa linda "caminhamos juntos
buscando aquele sonho:
o de estar juntos,
de ver juntos,
de ouvir juntos
Uma manhã nascendo.", talvez seja isso que busco!

perfeito!
bjs

Sylvia Araujo disse...

A parte da prosa me impressionou pelo ritmo frenético. Mal dá pra respirar. E a poesia é doce, doce, como o amor deveria ser sempre.

Lindo, rapaz.

Beijoca

Adriana Godoy disse...

Danilo, a sua poesia é uma alma quente. Lindíssimo o poema, e o texto uma imersão do que há de mais puro, mais quente, mais sagrado, mais intenso e poético. Aplausos fortes e de pé. beijo.