terça-feira, 26 de agosto de 2008

FRACTAIS




Eis-me aqui
em carne e verbo
inteiro
e dividido
em milhões
bilhões
de fractais
de sombra e luz.

Eis-me aqui
caleidoscópio
de caos e ordem
na tábula rasa
das primitivas
emoções
universais:

decifra-me!
ou te devoro,
poesia!

sobre a obra
um nanopoema sobre o macro e o microcosmo.

domingo, 3 de agosto de 2008

ILUMINURAS


Há que se descobrir
nas entrelinhas
o sentido táctil
o tato oculto
de todas as palavras.

Senti-las nas mãos
rolá-las como seixos
como peixes,, amá-las
na clareza do aquário.

Perceber, com os lábios,
suas texturas,
tessituras acridoces
de frutas maduras
e mordê-las
sorvendo sua carne:
sumo prazer.

Na pele, acariciá-las
como flores no cio
em orgasmos líricos
lúbricos lírios
alvos
a corar no gozo
do pleno entendimento.

Há que se desfolhar o poema
Há que se amá-lo
como se fora
o último sobre a terra
como se fora
o primeiro
e derradeiro amor.

As palavras estão vivas.Pulsam
nos veios do papel.
As palavras tem veias, seios,
sexos
e querem de nós muito mais
do que simples toques,
de comuns mortais.

Querem nosso mergulho
irracional
incondicional
sem escafandro
ao fundo do seu mar.

Descobrir sutilezas
e deslumbramentos
como nácar de pérolas
e iluminuras de corais.


sobre a obra
As palavras estão vivas, pulsam, clamam por nosso mergulho em seu mar interior.