quarta-feira, 26 de agosto de 2009

: e nem havia flores


foto: Noir- Miss Cartier/flickr

Não era. Era sonho dentro de sonho era dia era noite doía mesmo aquela ausência de estares sem saber o que se passava na mente dormente ainda o corpo se assanhava buscando augúrios de luz entremeada nas frestas que se abriam mas não era.

Era difícil respirar sob toneladas de água ou terra era terra era guerra aquele estrondoa enssurdeecendo sustos na mente desadormecida à quelas horas longe da vigília? Maravilha de não se saber se tonelads de terra ou quilômetros de água pesavam séculos séculos seculorum pecatorum amém meas meas meas culpas meias fodas desperdiçadas meios amores pelas vidas inteiras meio tudo meio nada que hora era aquela de se estar pensando em meio isso meio aquilo meio nada se naaaaada havia ainda a fazer com aquele peso de séculos sobre a cabeça e o corpo enterrado naquelas valas perdidas no fundo perdido de um mundo fendido fedido fodido perdido nos confins dos fins...

ei, amigo, não é hora de pensar e de pesar e de pecar e de soltar os cachorros aqueles que latem escondido bem lá no fundo do seu peito não é hora de soltar os foguetes, os peidos e arrotos reprimidos durante séculos de pedraz lascada...lasque-se eu nem to aí para estas todas convenções ou ordenações de tantos pra quê?

É, eu pergunto pra que todos estes alevantares de bandeiras de mastros ao céu ao léu todo esse amontoadao de bostas e de pseudocoisas que querem que se façam necessárias quando o que é necessário afinal ao homem viver? O que é viver? Qual é a hora de viver?
Viuver?]Eu quero ouvir ver ouviver os ruídos todos do meu corpo e do seu corpo e do seu e do meu espírito quando se encontram calmos meio zen num encontântrico-romântico, um troço assim louco: eu sentir você sentir nós sentimentos puros e duros raros em meio ao mundo obvio e nada incomum...
ei, amigo, as suas naus navegam os mares e as filas andam e as cobras raiztejam e as naus navegam e: navegar é impreciso e eu preciso das estrelas para me guiar porque não creio nos astrolábios ou nos gepeesses eu sou mais assim tipo...jurássico, tecnologia é o cu do mundo pois nos faz dependentes como coisa ruim...

ah, amigo, que era hora ora de se poem-sar de se pesar de só pensar nos quilômetros de terra nesses mares soterrados nesses ares pestilentos em cima em baixo ao lado sob e sobre...nada sobra, afinal, de puro?
Era. Não era. Era sonho dentro de sonho mas a dor aguda aumentava o peito e explodia os vasos. E nem havia flores.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

samba de blake


foto: William Blake by superfamous/flickr

Blake & Pound
No breque das palavras
No cântico das imiragens
E no ritmo dos tambores:
As palavridéias estão vivas
E cantam vivas
Aos seus reindentores
Uma luz nova se refraz
Plena de Iris -decências:
E um indecente ritmo
Da palavrimaginada
Joga Blake e Pound
Na roda
Sem rédeas:
Piração de uma preguimorna
Tarde de verão?

domingo, 16 de agosto de 2009

uma música ( is it rock and soul?)


foto: woodstock ( flickr/kimbertv)

Extrair das guitarras
alucinadas
os riffs mais psicodélicos
um som esotérico
cortante
hendrixiano.

Dos tambores, roubar
o som primitivo
de batidas de coração
atabaques ancestrais
o som primevo
primal
o cântico grupal
da espécie.

Da garganta roubar
o grito lancinante
o uivo desconcertante
navalha afiada
o amargo do blues
o âmago
a essência
do rock and soul
jopliniano
ginsbergiano.

E com eles compor
uma canção que seja
senda,
o ar que respiramos.
Uma canção que seja
escada aos paraísos
ao som de sonhos
das velhas gerações.

Zeppelins on the sky
o pão do corpo
Porto
porta ao infinito
caminho zen
nas trilhas
das percepções:

entre céus e infernos
:Uma música
qual?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

wanderlirios


foto: alone- javier volcán/flickr

, pois assim era mais complicado fazer as coisas que devia fazer. sei lá, noi no ceilão sósonhávamos com todas aquelas coisas que pensávamos que era o melhor the best do the best eu ouvia na tv e você me enchia o saqco do the best do the best besta abestalhado eu buscava fazer o meu melhor como se fosse o atleta numero um do ranquin mundial e você nem aí você saía de madrugadas avarandando noites estreladas e de luas cheias de doer nas vistas e sumia sumia sumia e eu a miar sozinho no vão dos telhados buscando conforto em camas alheias e chorando suas ausências como pitangas recémcolhidas eu: encolhido enroscado embolado cuca bolada deu pra sacar baby? você chegava de manhã romã avermelhadas faces olhos estridentes dentes estrilando descarrilando verbos e versos sobre minha cabeça zonza pernas bambas de noites mal dormidas em camas de outras e sói pensando na minha baby trespassando corações e enbrutecendo tesões pela naitte...ai, nem quero pensar já me doem as cabeças caracas por ondea você andou meu bem?meu bem bambam bombonando por aí e aí?como fico eu nesta parada? ah- o amor- esta coisa mal passada pesada este sangue pisado e este nariz sangrando e este tesão sem rumo...qualquer dia sei não pego você e levo,por aí, para dançarmos danças rituais nas clareiras das florestas daquelas de contos de fada é foda tô delirando, mas,...

sábado, 8 de agosto de 2009

deslembrares


foto: Einsam im Morgennebel, Loneliness- Peter Heilmann/flickr

Para não sofrer
Te deslembro
desmembro-me em dois
Um que te relega ao limbo
Outro que chora ausências
Em dezembros & zimbros
Sementes cheirando
A passadashoras.
Te deslembro
Nas primascores
Dos setembros
Planos
Plenos
Rosas se rompendo
Rubros gineceus.

teus lábios
Odres de vinho
De safra safira
De estirpes raras.
Ah! Nas estepes
Lóbulos solitários
Clamo e te deslembro
Para não morrer de tédio
Nestas savanas selvagens
Em que tua ausência
Arde como chamas...
Me chamas?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

PORNOGRAFIAS


foto: Griller1 - Yersinia/flickr

.E aí, então, teceremos casulos
De se desesconder.Como em clausuras
Sem clarabóias, faremos cadeias de orações
De cort=ações desempedrados nos encontraremos
Barco e porto
Barcarolas Poe-ticas
Naveg-ANDO rios
& risos: gozos
incisivos
e caninos dentes
mordiscando carnes:
teceremos casulos de cal=lidos
entendimentos
e sorveremos, lentos,
nossos estares:
gozo absoluto.

domingo, 2 de agosto de 2009

verdevermelhos campos de morango para sempre

Verde- vermelhos campos de morango para sempre presentes em nossos corações, avermelhando vívidas memórias esverdeando verdejando verdes esperanças de um dia vivermos de novo as expectativas do novo. Morangos para sempre frutificando nas esquinas da vida nas abbey roads dos delírios matinais embevecidos e embebedados e embalados pelas orgias etílicas oníricas míticas... ah, noites impregnadas de memórias loucas varridas memórias doceazedas amaros campos da purificação onde se encontram nossas doces memórias de tempoeiras em que ainda ousávamos sonhar com aqueles verde-vermelhos campos de morango néctar e ambrosia dos deuses pagãos a adoçar a língua e marejar marulhos nos ouvidos, ah, a nossa vontade de mudar o mundo de mundar os mudos poucos parcos roucos ouvidos de mercadores para proclamar amar os sonhos para sonhar os dias para antever delírios antagônicos futuros anacrônicos e a vida afinal era aquilo alí? O que era viver afinal? Era mergulhar em sonhos abissais e endoidar cabeças ao som dos quatro cavaleiros para sempre pós-apocalíticos ou endoidar com as dores reprimidas pelos batalhões de sombras patrulhando os sonhos ou sonhar com líderes e ler Mao e ler Karl e ler Engels e ler Hesse e ler Castaneda e sonhar e sonhar e sonhar e.... e aí nem sei nem sei mais daqueles tempos... é uma barra relembrar passados revolver remover antigos sonhos, delíricas lembranças cadernos de viagem, mas... sonhos envelhecem? Nem sei... Sonhos são sonhos e perduram, encravados nas memórias... quem viveu, viu, quem não viveu, ainda viverá seus momentos que amanhã serão suas memórias, fluindo como águas sobre pontes tumultuadas, brilhando como os morangos nos campos verde-vermelhos dos sonhos de Lucy, no céu viajante em meio à naves de flowers-powers poeira de estrelas e constelações, fulgurantes como raios de estrelas que já foram, um dia cósmico, mas continuam ainda a luzir, numa insistência onírica.... Raios azuis, violetas, verde-vermelhos, como os campos de morango e os céus de gelatina, forever!