memórias:
respingos de estórias
escoras emocionais
âncoras irracionais
musgo agarrado às paredes
às redes
que tecemos desfazendo-nos
penelopes iradas
piradas
aguardando a volta
dos que não vem:
memória: rios tão densos
tão tensos
que ao esticá-los
não cabemos em nós:
somos apnéias e nós
de entrecortados suspiros
segunda-feira, 23 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
abismos
os abismos nos fitam:
abissais, profundos,
silenciosos.
e nós os olhamos de volta:
sofismas, miragens,
enigmas
propostas de esfinges.
os enigmas nos miram
e as esfinges nos tentam
como o diabo a deus
ou jerônimo
em intrincados desertos.
decerto não venceremos
nem cederemos ao caos
do fundo do poço.
posso seguir, pergunto
entre os dentes
e a resposta é o silêncio
da pedra, que paira no ar.
imagem:retratos ilye / flick
abissais, profundos,
silenciosos.
e nós os olhamos de volta:
sofismas, miragens,
enigmas
propostas de esfinges.
os enigmas nos miram
e as esfinges nos tentam
como o diabo a deus
ou jerônimo
em intrincados desertos.
decerto não venceremos
nem cederemos ao caos
do fundo do poço.
posso seguir, pergunto
entre os dentes
e a resposta é o silêncio
da pedra, que paira no ar.
imagem:retratos ilye / flick
domingo, 8 de julho de 2012
sempre
...um poema de 1978( uma amarelada fotografia)
que publiquei no livro "Homúltiplos"
imagem: acervo pessoal
sólida lida
sol, ida,
sólida ida
só lida
só li da ida
ida e não vinda
sem vendas, os olhos,
sem verdes, as ilhas.
na sólida noite,
vela,
lava a tua vida
ave
leve a tua nua
vida,ao duplo escuro.
teu corpo é silício,
é silêncio,não choro
abafa, o lenço eu lanço.
teus olhos de lince me espreitam.
teu corpo é cal, é sal,
é mar,
é feito de sombra
e sol.
vela.
escuta.
fala.
revela.
prescruta.
indaga.
tua mala está aí.
toma-a. e segue
rumo ao sonho;
segue rumo incerto
e vá, e venha,
e sinta a seta a perfurar
teu corpo
e sinta santa a suja
consciencia
e seja
sempre e sempre.
que publiquei no livro "Homúltiplos"
imagem: acervo pessoal
sólida lida
sol, ida,
sólida ida
só lida
só li da ida
ida e não vinda
sem vendas, os olhos,
sem verdes, as ilhas.
na sólida noite,
vela,
lava a tua vida
ave
leve a tua nua
vida,ao duplo escuro.
teu corpo é silício,
é silêncio,não choro
abafa, o lenço eu lanço.
teus olhos de lince me espreitam.
teu corpo é cal, é sal,
é mar,
é feito de sombra
e sol.
vela.
escuta.
fala.
revela.
prescruta.
indaga.
tua mala está aí.
toma-a. e segue
rumo ao sonho;
segue rumo incerto
e vá, e venha,
e sinta a seta a perfurar
teu corpo
e sinta santa a suja
consciencia
e seja
sempre e sempre.
terça-feira, 3 de julho de 2012
ssssshhhhhhhhhh
ssssshhhhhhhhhh
silêncio:
passadas já
tantas lutas
latas tantas chutadas
frutos amargos e doces
doze tantas vezes doze
muitos cantos entalados
enlatados outros em poemas
anamorficos
sssssssshhhhhh!
imagem: arquivo particular 07/2011
sessenta e dois
sesssssssssssenta
e dois
ssssshhhhhhhhhh
silêncio:
passadas já
tantas lutas
latas tantas chutadas
frutos amargos e doces
doze tantas vezes doze
muitos cantos entalados
enlatados outros em poemas
anamorficos
sssssssshhhhhh
silêncio
na platéia:
dou-me de presente
o que pressente
esse poema emblema:
um silêncio intrincado
em meu próprio uni
verso
domingo, 1 de julho de 2012
ritos
ritos.
vivemos de ritos restos rotos
de banquetes medievais.
e os rituais dominam nossos gestos
espirituais.
somos pedras assim.e até o fim
levaremos essas almas de alabastro
a cadafalsos retóricos:
caldeirão de ritos
sem suprassumos.
vivemos de ritos restos rotos
de banquetes medievais.
e os rituais dominam nossos gestos
espirituais.
somos pedras assim.e até o fim
levaremos essas almas de alabastro
a cadafalsos retóricos:
caldeirão de ritos
sem suprassumos.
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