e ver que tudo não passou
de um breve engano:
seu olhar enviesado
meu olhar faminto
ainda sinto
no ar a fogueira
das vaidades vãs:
um breve aceno,
encontro,
um canto anacrônico
um entregar-se mudo
uma tristeza crônica:
um breve hiato
num silêncio longo:
um espectro.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
pelas bordas
borde em suas margens
o poema que cura:
transborda
em tua cara
o poema que escarra
e escorre pelos beiços:
o poema berra, borra
a borda, extrapola
o poema implora:
decifra-me
e te devoro
o poema que cura:
transborda
em tua cara
o poema que escarra
e escorre pelos beiços:
o poema berra, borra
a borda, extrapola
o poema implora:
decifra-me
e te devoro
quarta-feira, 9 de maio de 2012
breve
imagem: Samat Jain/Flickr
a..ve av..e ave
criaturas do mundo
s..alve sal..ve salve
oh mãe terra
concebida
nos espaços infinitos
que tua bandeira
pulse
ao som de pulsares
e quasars
das valsas de Viena
e atabaques tribais
e todo o som mas
que sejam puros seus ares
e breves nossos destinos:
ave ave aves
e plantas e bichos
e coisas
e poetas miudinhos
que cantam as vidas pequenas
e filas indianas de formigas
em sua faina antiga
que minha tua nossa cantiga seja
Um hino inacabado
um refazer em silêncios:
breve êxtase de poesia
terça-feira, 8 de maio de 2012
e o poema não se fez
na algibeira(véio, o que é isso?)carregava o mundo.papéis rotos, dobrados, penduricalhos
(porra, que qué isso?)notas rodadas,riscadas,velhos retratos,coisas,
pessoas que se foram idíliosfilhos pequenos penas
e pensar que tudo isso daria um lindo poema:
mas ele se foi
e o poema não se fez.
imagem: Oldmaison/flickr
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