sábado, 24 de março de 2012

iluminâncias

:há que se descobrir
nas entrelinhas
o sentido táctil
o tato oculto
de todas as palavras

senti-las nas mãos
see ntinelas do acaso
rolá-las como seixos
como peixes, amá-las
na clareza do aquário.

perceber
suas texturas,
tessituras acridoces
de frutas maduras
e mordê-las
goiabas,mangas,pitangas
verdevermelhos campos
sorvendo sua carne:
sumo prazer.

acariciá-las
como flores no cio
em orgasmos líricos
lúbricos lírios
alvos
a corar no gozo
do consentimento:
pleno entendimento.
:
há que se desfolhar o poema

há que se amá-lo
como se fora
o último sobre a terra
como se fora
o primeiro
e derradeiro

as palavras estão vivas.
pulsam
nos veios do papel
em veias, seios,
sexos
e querem  muito mais
do que simples toques,
de comuns mortais.

querem nosso mergulho
irracional
incondicional
sem escafandro
ao fundo do seu mar

descobrir sutilezas
e deslumbramentos
como nácar de pérolas
e iluminuras de corais,

Sobre a obra

Um comentário:

Adriana Godoy disse...

"querem nosso mergulho
irracional
incondicional
sem escafandro
ao fundo do seu mar"

Danilo, não é preciso dizer mais.

Beijo