
imagem: flickr/play4smee
pois é, hoje acordei assim:
meio prosa, meia-prosa
meio poesia
meio porra-nenhuma
completamente cansado
te tanta palavra gasta,
de tanta estrela de brilho barato
no céu da internet
internei-me em mim
e busco outras paradas:
ando cansado
de tanto canto engendrado,
gestado
E não deglutido:
ninguém devora palavras
Nem extrai delas seu sumo,
seiva da criação.
é tudo muito fastfood,
ninguém tem tempo
pro barato zen
de sobra, tudo soçobra
num mar de sargaços esgarçados
Desgarrados,
tudo é uma massa só
tanta pós-modernidade,
tanta arte
conceito
tem conserto tanta gente
querendo brilhar, como
meta
cometas deixando rastros
de luz, num universo pop-castrado
de tantos tontos?
..ando sem saco
prá tanto auê
e prefiro colo
de mãe-natureza
ouvindo pio de pássaro
canto de sapo
seguindo rastro de cobra
e botes de onça:
tem muito silêncio lá
e brilho também tem muito
de sol, de lua, de água(às vezes limpa)
sem nostalgia:
a poesia está lá: nos bichos
e nas coisas
que a gente não via mais.