domingo, 13 de novembro de 2011

nada não


nada não. 
sei que você não se surpreendeu
 
com as flores que se abriam no jardim,
 
hinos 
de amor 
à vida
 
ao mundo
 
à terra.
 
em tempo de seca, aqueles cachos amarelos
 
pendendo feito ouro líquido dos galhos
 
nem sei como os ipês conseguem florescer
 continuam congestionados 
de vermelho
 
não de pores de sol
 
ou de auroras boreais
 assim-
buscando
 tédios,de ócios,
 
de ódios, de adeuses
 
no âmago da terra aquela força
 , vegetal, para brilhar 
em ouros líquidos, rosas líquidos, roxos
 
cerúleos, brancos hialinos
 

nada não. sei que você não se surpreende com nadas
 
nem tudos. para você não passa de nada
 
nem sabe em que direção olhar.seus
 
olhos
 que você sempre dá... 
tô vazando, até logo,
 
bye
 
te ligo de lá:
 
correcorrecorre
 
não há jardins que resistam
 
nem primaveraverãoutoninverno
 
que redimam seu olhar:
 


nada não: você nem soube reparar
 que você sempre dá... 
tô vazando, até logo,
 
bye
 
te ligo de lá:
 
correcorrecorre
 
não há jardins que resistam
 
nem primaveraverãoutonoinverno
 
que redimam seu olhar:
 de cara, tô de cara com você 
que não sabe falar, se expressar,
 
vai lá, diga alguma coisa,peça
 
a luz dos meus olhos
 
meus lábios nos silêncios
 
que você detesta:
 

um sanduíche,
 
um suco natural,.
 
uma cerveja
 
saia prá balada,dance,
 
pule, esperneie,
 
grite,
 
se arrebente|:
 apesar de seu olhar 
indefinido
 
os jardins continuam a florescer
 
ouro,prata, topázios
 
e ametistas
 
em silêncios naturais.
 
rascunhos
 
do que você
 
sempre quer.
 

nada não. não somos assim
 
como você quer
 
voamos como passarim
 
vagarim
 
não como vãos avi-ões
 
a mil.
 


nada não. 

Um comentário:

Adriana Godoy disse...

"nada não. sei que você não se surpreende com nadas
nem tudos. para você não passa de nada
nem sabe em que direção olhar.seus
olhos que você sempre dá...
tô vazando, até logo,
bye "

Danilo, um blues efervescente, de primeira qualidade!
Adorei. Beijo