domingo, 11 de julho de 2010

toques


imagem: flickr/gaf.arq

e este celular que não toca
árias eletrônicas
de bach
e esta música que não toca
nem me toca mais
quando o vento soprava
em teus cabelos, presos
em minha boca
e tua lua mão, que não me toca
nem se intromete
atrevida
entre minhas pernas bambas
e esta música, este celular, esta cerveja morna
e esse vinho tinto de segunda derramado
sangue sobre a mesa
over the rainbow
talvez exista um lugar
mas aqui não:
nada toca, nem se toca,
nem me toca
nem me toco
a música embotada dos sentidos
me sinto assim,
sem trilhas ou filigranas:
ô tempo estéril, meu deus!

5 comentários:

Adriana Godoy disse...

Danilo, há tempos de toques e há tempo estéreis. Esse poema é tão forte e tão bonito, expressivo...há uma identificação imediata, uma simbiose. Amei. beijo.

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Oi Danilo,

Tratar de toque prá mim é fantástico... vai além de apenas se ver, vai para o sentir e esse 'toque' é um passo para perder-se.
bjs

Anônimo disse...

Uau! Muito bom o poema; o toque de quase retirada.

Beijo.

soniaguzzi@hotmail.com disse...

Parabens pelo blog Danilo.
Voltarei outras vezes...como é bom sentir as palavras...

Gde abraço, em divina amizade.

Sonia Guzzi

Mailson Furtado disse...

Belo blog, bela postagem...

Muito bom seu trabalho!!!

Parabéns...

Conheça:
http://mailsonfurtado.blogspot.com