quarta-feira, 13 de junho de 2012

cartun

de repente  parei em minha corrida maluca feito um  dique vigarista
e vi
pedras rolando ladeira abaixo despencando
sobre ribanceiras
estrondosamente caindo
no vazio
sós
espatifando-se em minúsculos
grãos
e me peguei pensando
no grande vazio
no oco do mundo.
no cu do mundo
prá onde caminham 
todas as coisas perdidas
todas as almas que se armam
até os dentes?
de repente parei e pensei
naquele cão do cartun
e suas risadas de escárnio:
será que todos afinal
somos assim- meio diques
meio mutleis
numa corrida sem fim?   

2 comentários:

Moisés de Carvalho disse...

Em meio a isso tudo ,só nos resta o devir poético ...

Um grande abraço ,Danilo !

Adriana Godoy disse...

Sim, sim. Tal qual o cãoznho do Dick Vigarista. Poema bom demais, pra reflexão. Beijo