domingo, 8 de maio de 2011

drusa

Drusa, você me disse,
Você é como drusa
e eu, como assim?
não sabia
e fui ao dicionário conferir
e me vi ali: superfície plana,
atapetada de cristais,
de quartzo, ágata, turmalinas
jades e que tais: o que mais
posso dizer?
ser uma drusa
ou uma dúzia de drusas
me deixa feliz?
ser transparente por demais,
por demais devassável
lúdico lúcidas
ácidas luzes luzindo no escuro
e ser desvendado por seus olhos
que me enxergam dentro
como raios x, y, z:
você disse: lúcida drusa
e eu sorrio, quieto
e me sento na beira das montanhas
sonhando vê-la assim:
vela acesa,lingua transparente,sulco
escavado na terra
grito lírico da vida
querendo ter esse brilho
e essa planitude de cristais:
nada mais.
que você?

2 comentários:

Adriana Godoy disse...

Ai, que delícia, vc uma drusa e ela cristais em sua plenitude. Um poema que surpreende, além das imagens poéticas, pelo lirismo. Mais um, Danilo, que arrebata. Beijo

António Gallobar - Ensaios Poéticos disse...

Uma maravilha, muitos parabens.

Esta drusa, por momentos quase me pareceu Antonio Gedeão disfarçado

Grande abraço