terça-feira, 19 de janeiro de 2010


imaagem: bored if you dont- flickr/otherthings

porque a solidão é uma parede branca
caiada de ausências
e brinca
brusca
dançando nua
na nebulosa do quarto
um lânguido
tango argentino.
desmoronaram muralhas
de flores mortas
sobre a praça das horas
e as heras verdes
invalidam as frestas
despedaçam janelas
e luzes
e se instaura
como cacos
de caos
a dança não cansa
a música tosca a
parede é branca
é preta
é púrpura e ocre
a vida incolor reclama
de tanta palavra e adjetivo
é apenas merda
na privada
sangue nas seringas
e o que mais?

Que temos nós a ver
Contudo?

tudo é um surto. um susto.
um curto-circuito
um circo
a cicuta de Sócrates:
tudo é fogo-
fátuo
tudo é enfado.

as horas dançam
e nos tomam como pares:
os copos nas mãos
brindemo-nos
brinquemo-nos
enquanto a vida flui.

2 comentários:

nina rizzi disse...

enquanto a vida flui em surtos
me assusto:
a ti, poesia!

veryyyyyyy gooooooooood.
beijos.

The Blues Is Alright disse...

Já diria Bowie: Oh,no, love, you're n ot alone.