sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ex tações

escapam dos olhos
lágrimas rubis
mares marés vermelhas
sangue
a pisar as rosas que já não são:
mudam-se os tempos,
as hordas passam
e atropelados
restam os desatinos
dos lírios pisados.
mudam as estações
tudo que foi não é mais
essa rosa que floresce
é outra, embora seja
como a essência da que foi:
imperenes
jogo-me aos círculos
de giz
buscando ser feliz
até o último ato:
onde o pulo do gato?
onde as sete vidas?

soçobram barcos fantasmas
vontades desfeitas
& ares rarefeitos
estufas
desidratadas
mudam as estações
passam as flores
e também os espinhos
os pés que aqui caminharam
já se foram, ao léu
e buscam algures
outros pés que inda virão:
um verão, uma primavera,
um outono
e um inverno
como tantos outros serão:
mas não serão os mesmos..
ao fim de tantos atos
cuspimos nos pratos sujos
de nossas interrogações.

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