domingo, 25 de dezembro de 2011

lume

lume. somos lume
alumiando noites escuras
e casas tristes.
somos lama: matriz
de seres novos,
derramamo-nos
em baús e bueiros:
construção 
leme somos em mares
desertos
incertos rumos prumos
só nos guiam
as estrelas
ah: o limo
das estações, elos perdidos
os enigmas: somos limo
de gerações
tudo nos chama
tudo clama:
clamamos nos desertos
e decerto
não nos ouvirão
ou verão
lumes nos céus:
mas o mundo segue.
indiferente
aos incréus
os centauros passeiam nos jardins
pastando matérias de sonhos.

Um comentário:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Como sempre, muito instigante tua poesia. bjs