terça-feira, 30 de novembro de 2010

monicelli,cavaleiro.


imagem: screenweek/Flickr

,e acabo de ler no jornal
que monicelli se jogou
feito pacote flácido
ou passarinho plácido
do alto dos seus noventa
e cinco,
acabo de ler no jornal
que aterrisou como nave
se esborrachou como ave
sobre um canteiro
de flores.
monicelli, mário,
uma ária de risos
a busca pelo cielo
céu, azul, horrores,
dores, onde o mal
pode acabar?

,acabo de ler no jornal
quer o mário se jogou
assim, de uma janela
indiscreta
fugindo do riso antigo
buscando asas de pássaros
ou inebriantes azuis..
a dor, ah! a dor
essa fica, nas guerras
de brancaleone
e de amigos traparceiros.

,acabo de ler no jornal:
o mário se jogou.

2 comentários:

líria porto disse...

artistas, poetas, jogam-se todo o tempo, uns - literalmente - voam!
besos

Nielson Alves disse...

Belo poeta, seu achado de palavras me sorri de dentro!
Valeu moço.
Nielson Alves