terça-feira, 15 de junho de 2010
insano
imagem: funky64/flickr
insano, aceno
aos quatro cantos
do meu corpo
e às curvas do teu.
ateu, me descreio
e não descrevo metas
nem rezas
laudamus te, rosa!
-calma! clama a alma
áurea clara, a aspergir
aromas de incensos:
-chega! brada a musa
brava, envolta em luzes
- olha em volta
e se recolha :
a poesia não é presa
fácil
e não se dá assim, sem
mais nem menos:
ela sangra
e só se deixa entrever
em entrelinhas
em estrelinhas azuis:
Sorvê-la
é possuir cometas
raros
é frutificar o vento
é navegar em mares
nunca dantes.
insano, me ofereço
e não recolho arestas
nem aparo farpas:
cadê essa poesia
cadê essa musa indócil
essa mulher difícil
que não cede aos meus
apelos?
a musa se esconde, insana,
atrevida e lânguida
em suas próprias curvas
e meneios:
dobra os joelhos,
abre os braços
e as pernas
e me diz:
e daí?
já achou
o caminho das pedras
e dos brilhos de fogo?
então,
venha me se queimar.
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4 comentários:
a musa queima para nascer o poema... insano, o poeta produz a sanidade.
muito bom, danilo!
bjos
Danilo essa poesia não é tão fácil de agarrar, mas, quando presa... fantástica. bjs
E nessa fogueira poética a alma se aquece e fica querendo mais...Bonito, Danilo, insandecemos nós. beijo.
Tenho te lido uma vez ou outra, Danilo.
Como neste poema, está se queimando numa poesia forte. Parabéns.
Um grande abraço.
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