quinta-feira, 8 de maio de 2008

IMPONDERÁVEL

O fio tênue que desfia a vida
e nos mantém aprisionados
como bêbados bailarinos
buscando o equilíbrio
no imponderável
é que nos cinge ao imaginário
cenário real.

O aço frio das noites
adagas impiedosas
cortam a carne:
hélices
ensandecidas.

O fogo dos verões
ferros em brasa
queima a pele solitária
sem anestesia.

Os barcos já se foram
ou sequer saíram
do cais.
A música já é finita
infinito é o desejo
de voltar atrás.

Mas, não há voltar atrás:
A vida segue, como o rio,
sinuosa , como arremedo
de réptil.

Amar é o remédio.
Que remédio?
Entre o salto e o mergulho
Entre o tiro e o alvo
Entre o vôo e o pouso
Pulsam as possibilidades.

Tua mala está aí. Toma-a
e parte rumo ao sonho
que inda é possível sonhar.

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