O fio tênue que desfia a vida
e nos mantém aprisionados
como bêbados bailarinos
buscando o equilíbrio
no imponderável
é que nos cinge ao imaginário
cenário real.
O aço frio das noites
adagas impiedosas
cortam a carne:
hélices
ensandecidas.
O fogo dos verões
ferros em brasa
queima a pele solitária
sem anestesia.
Os barcos já se foram
ou sequer saíram
do cais.
A música já é finita
infinito é o desejo
de voltar atrás.
Mas, não há voltar atrás:
A vida segue, como o rio,
sinuosa , como arremedo
de réptil.
Amar é o remédio.
Que remédio?
Entre o salto e o mergulho
Entre o tiro e o alvo
Entre o vôo e o pouso
Pulsam as possibilidades.
Tua mala está aí. Toma-a
e parte rumo ao sonho
que inda é possível sonhar.
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