terça-feira, 31 de março de 2009
PAS DE DEUX
foto ACASO por deadoll/flickr
Poema inspirado nos textos de Compulsão Diária
Pela janela observo
no jardim
a bailarina e o gato
num pas de deux
com odor de jasmim
alva malva
salmo de luz
e carmim.
Passos lépidos
corpos tépidos
os passos do gato
e o vôo da baiilarina
sobre a grama do jardim.
Agora o gato repousa
no colo da bailarina:
gato branco, colo alvo,
cheiro de malva e jasmim
aura de alma lavada
enlevada,
simples,assim.
Da janela, olho a cena
plena.
e a janela emoldura
a ternura,
a janela é moldura
para o doce sentimento
que embala
o gato e a bailarina:
cena rara,
que se expressa,
entre um gato andando a esmo
e a alva bailarina:
E o repouso do gato
seu corpo esguio
no colo da bailarina
é a expressão do absoluto
que não cabe
que não sabe
num retrato.
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2 comentários:
Que não cabe, mas sabe. Este pas-de-deux é belo pela presença do gato. Esse frágil animal que tudo vê, sente e sabe. Animal poético, elegante, terno. Enigma sobre patas e aberto por olhos-janela.
Como de praxe, Danilo, sua verve faz levitar. Se comento com entusiasmo é porque seus textos me afetam, inspiram.
Lindo!
Dan, voltei pra rever o pas-de-deux!
(rimou!)
Taí, se fosse vc já sia poema. Eu travo!
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