sábado, 12 de abril de 2008

ÀS POMBAS

ÀS POMBAS
Na madrugada sanguínea
e avermelhada
por bombas e mentes
dementes
voam bandos de pombas,
em revoadas
fugidas de pombais
inexistentes.
As pombas da paz revoam
ares revoltos
farfalhando barulhos e arrulhos
nos frios de julho.

A paz, que a bomba transforma em pós,
jaz aos pés
é pus,
é nada,
é nódoa,
na manhã desta doce madrugada
acinzentada.

Assim como os sonhos,
enclausurados,
antes, nem sonhados,
além de abrigos
blindados,
não encontram guarida em corações
emparedados, empedrados,
também a pomba, bamba de terror
ante a bomba que a desfaz
em sinfonia de medo
no sangue e cor em que jaz
ao pombal, não voltará
Não voltará. Jamais.

sobre a obra:
um poema parafraseando Raimundo Correia ( de quem sou leitor assíduo), uma releitura das pombas(bombas) da paz, que sobrevoam e explodem em nossas cidades. As pombas aos pombais, e a paz? Nos jornais?

Um comentário:

sel disse...

OI,passeando pelos blogs acabei chegando até o teu e fiquei muito curiosa com o nome de seu blog"A ti,poesia",me encantei....esse poema é de muito bom gosto....adorei!!!bjos!!