O homem, lobo do homem,
fera entre feras,
perdido nas estrelas,
embriagado entre vãs atmosferas
não sabe se beija ou se morde
a boca que o afaga
não sabe se é carinho ou vício
a mão que o esmaga.
Nem de si o homem sabe, perdido
entre seus iguais.
E o peso de constelações
de constatações
e de contrições siderais
o aniquila
sem que possa ao menos
a pulmões plenos
gritar sua dor
em uivos primais.
O homem, lobo do homem,
Narciso, ego,
nega, nega
sua vã filosofia:
E se acredita mágico,
lírico cântico
como lírios brancos
ao cair da tarde
mas arde: de volúpia,
de gula animal
desejos irracionais que o arrastam
à lama, que renega.
Esta mão que te amordaça,
esta boca que te afaga
é o peso que te esmaga
é a força que te cala
que te encerra nesta cela
que tu próprio és.
sem quimeras, sem quereres,
sem ilusões de grandeza.
busca, na paz da poesia,
entender tua triste condição:
ser humano que és, pleno
de penas e contradição:
A Busca, amigo, nesta viagem,
que é miragem,
de um caminho
De libertação.
Brasilia( DF), 12/04/2008
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