domingo, 19 de abril de 2009
CADERNOS DE VIAGEM
foto: palmeiras psicodélicas- flickr/Eli K. Hayasaka
Rasgar a alma
Deixar cair a máscara
Que nos atordoa e fere a face
A fera face à fera
Fareja
Olha as sombras e a luz
De Lang
Sangue de nosfera-trues
Derretendo os degraus:
Fellini ferino
perdido entre as brumas
De rimini
italiamamma
E entre os rimels
De Magali
Forte, farta, linda.
Entre Renoir e beauvior
Eu navego
A mente clara
Entre os ratos rotos
Que sacolejam sobre necrópoles
E brócolis
Encharcados de carne
Restos
De um banquete que não foi.
O banquete dos mendigos
E ópera dos vinténs:
Lembro Brecht e bunuel
Meditativo, iconoclasta,
Entre tristanas, viridianas e nazarins
Contando a miséria humana.
E viajo na mente
Entre luzes e sombras
De goya, de Pasolini
Perdido em divagações
Sobre o ser humano
E o sexo:
Que foi que nos uniu?
O que foi que nos
Zuniu?
Sumiu daqui aquilo que era sacro
Ou profano
Os lírios, olhai os lírios
Do campo
Os líricos lívidos divididos
Lírios entre o bem e o mal
E os hipocampos, perdidos,
Flutuando, espumas, sobre um céu
Sereno
De âmbar e de safira
Pira, pira, queima na pira
Os desvarios e os delírios
Queima na pira
A pura loucura.
Navego
Nos oceanos do espírito
E da matéria:
Átomos, nêutrons, partículas
Quânticas
Quantas perguntas ainda
A serem feitas
Quantas?
O mundo gira, entre
Luzes e sombras
Entre assombros
Entre escombros
O homem se esquece
Perdido, nas estrelas.
Portal de venturas.
Aquarius, aquarius,
Deixa o sol entrar
E destruir o mofo
Que enregelou as almas
Como pedras de gelo
Dos himalaias!
Tudo se evaporou
Todo sólido
Derramou-se em líquidos
E vapores
Que se esfacelaram no ar.
Nada ficou do antes.
E eu que tinha
Pretensões do belo
Tentações de poeta
O que é que faço agora?
O que é que eu canto agora?
sobre a obra:
iimaginárias memoristórias de viagens
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3 comentários:
Perdida nestas brumas, italiana, De âmbar e de safira
Pira, pira, queima na pira,
Vai, Valentina
O que é que faço agora?
O que é que eu canto agora?
Faz poemas assim absolutos, Dan
Dan,
beleza de Blog
Deixamos cair a mascara e destruimos imagens,nos desnudamos entre o sacreo e o profano em busca de sol e luz. Mas para que
e para quem?
bjs
Doroni
danilo, aqui cheguei por ciclovias zappeanas... ele sabe os caminhos... rs rs rs...
muito bom mesmo. ele me falou de você e vom dar uma olhada. mas com calma quero olhar tudo. e já sou um seguidor.
abração, chapa.
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