Melhor atirá-las
a esmo
na pedra erma,
no pó,
sem eira,
do que vê-las,
brilho fosco,
viço tosco,
a fenecer
entre urzes,
Melhor deixá-las
medrar
sem medo
nos meandros da memória
do que atirá-las, frágeis,
nas cânulas das sarjetas
em túrgidas e frágeis mãos
daqueles que passam
em vão.
Melhor guardá-las
embrulhadas
em papel de seda
sem sede de aspergí-las
feito água
que não refresca nunca.
Melhor tecê-las
em casulos herméticos
e mantê-las
para deleite
em mantras das madrugadas
quando as estrelas
despencam do infinito
como balas de alcaçuz
e o sol ainda é promessa
de um brilhante
grito de luz.
Um comentário:
Dal: acho que não sei comentar suas poesias..só sei senti-las me arrepiando a pele...beijos despropositados
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