...lá fora, a primavera prima pelas cores, cheiros, sons e maravilhas. Lá fora.Cá dentro, rola um blues candente, a voz rascante derramando inglórias e dolores. Adora blues seu andamento nostálgico. no seu peito rola um tédio,um ócio,um oco, uma dor que não se explica: ela se foi,e na mesinha, um bilhete de uma precisão cirúrgica:“Não rola mais, meu bem- Bye” sente-se só e pensa no anjo torto de Drummond nos ossos do baú do nava na barata de kafka tão só e abandonada...Pensa e pensa no pneumotorax de bandeira que bandeira meu deus...tudo que podia ter sido ...
e se afoga em lençóis
a ver navios naufragados...
naufraga com eles
numa viagem inexistente
ao país que não é a pasargada
nem wonderland..e se afoga em lençóis
a ver navios naufragados...
naufraga com eles
numa viagem inexistente
ao país que não é a pasargada
os restos de cigarro, os respingos vermelhos
no lenço branco
O vinho pela metade:
únicos vestígios
De sua desaventura.
no lenço branco
O vinho pela metade:
únicos vestígios
De sua desaventura.
4 comentários:
Acontece meu querido! Isso é coisa que acontece! hehe
Parabéns pelos versos!
Entre o anjo torto de Drummond e a barata de Kafka... Qual é mais...?
É difíl!
Um abraço pra ti!
Ei, esse texto com tantas referências literárias, a poesia entremeando tudo, um tremendo pé na bunda regado a vinho, a blues, dá vontad de brindar e dizer: que beleza mais triste. beijo.
Esse blues interno
esse oco...
velhos conhecidos
me lembro num desenho dos simpsons, quando um velho saxofonista de blues diz pra uma das personagens: o blues não é para você sentir-se melhor... é para sentir-se pior.
esse texto nos leva a isso, entre tantas referências dos males da civilização (só pra acrescentar o freud... rs...).
mas ainda assim é pra gente insitir, por mais que possa doer, quando desistir é mais fácil.
abraços.
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