quarta-feira, 8 de julho de 2009

BABEL


foto: Nel Labirinto- by attraversoLAria/flickr

Babel
O poema bebeu
De toda fonte
Ponte exposta
Sobre o labirinto
E o absinto.
O poema bebeu

Babel
Em espirais de tormentas
E calmarias de albatrozes
Em mares nunca dantes
Revelados.

Babel
O poema se lançou
Em escarpas e precipícios
Sem cordas e sem amarras
Kamikazes
Dos sentidos.
E amou os poetas
Que amaram a palavra:

O poema amou Joyce que
Amava a palavra
Que amava Poe
Que amava a palavra
Que amava Pound
Que amava a palavra
Que amava Manuel,
Carlos
Willians
Que amavam as palavras
Que amava kieffer
Que fazia da palavra
Brinquedo e flor:
...

O poema bebeu
no boteco da esquina
Numa babel muito louca
E eu aqui,
cismado em ser
Poeta
Me consumi
No meio do encantamento
E do viço da beleza:

Também amo a palavra.

Porque é que ela me evita
E levita, assim, distante,
Como musa aterradora?

4 comentários:

Cosmunicando disse...

amei esse poema.

a palavra levita, leviatã, diante do poeta =)

beijos

nina rizzi disse...

e eu aqui, bebendo-sorvendo a poema. sabe que eu respiro a poesia? a mim é tão vital quanto o ar.

te amo, poeta.

Doroni Hilgenberg disse...

Dan,

A palavra que tem fome e sede,
é poderosa e tem longo alcance, tanto que as vezes é dominada e
as vezes nos domina.
bjs

nydia bonetti disse...

Que poema incrível, Danilo. A palavra te ama, com certeza...
Abraços
Nydia