"Tudo é uma questão de manter
a mente quieta
a espinha ereta
e o coração tranquilo"
Walter Franco
Em silêncio
contemplo a quietude
a beatitude
das coisas claras:
o sol adentrando
os quartos
e espantando a noite
desenhando nas paredes
mosaicos de luz.
As paredes brancas
são meu espelho
a transparência
da minha alma
O silêncio murmura
em mim
suas exigências:
estar assim
mudo
assim
quieto
assim
zen
assim sem
sobressaltos.
Como pássaro
no raro instante
do pouso.
Um tributo à poeta do mar e das claridades
Deixai-me limpo
o ar dos quartos
E liso
o branco das paredes.
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio.
Sophia de Mello Breyner Andresen
De "Livro Sexto II" (1962)
Um comentário:
Claríssimo. Ave!
Postar um comentário