terça-feira, 8 de julho de 2008
À SOPHIA
foto "A chair" de luiznavarro/Flickr
Instante
Deixai-me limpo
o ar dos quartos
E liso
o branco das paredes.
Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio.
Sophia de Mello Breyner Andresen
De "Livro Sexto II" (1962)
Em silêncio
contemplo a quietude
a beatitude
das coisas claras:
o sol adentrando
os quartos
e espantando a noite
desenhando nas paredes
mosaicos de luz.
As paredes brancas
são meu espelho
a transparência
da minha alma
O silêncio murmura
em mim
suas exigências:
estar assim
mudo
assim
quieto
assim
zen
assim sem
sobressaltos.
Como pássaro
no raro instante
do pouso.
instante
Um poema-tributo à poeta portuguesa Sophia Andresen
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Um comentário:
belo poema, leve e sincero.
abraços
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