não posso deter o tempo ( )me ter]
o tempo não depende de meu gesto
nem de vaidosa vontade.ele é rude.
sem rédeas,vai e volve,
em seu próprio des(a)tino
nem como quebrar silêncios tenho
tão ruidosos
se instalaram na memória
e nos hipocampos de flores
impãlidas
que transbordam histórias.
não posso me ter em suas rimas
primas obras, novidades, relicários
calcários que se arvoram
em diamantes:
amores amantes
cujo brilho se esvai
ao som dos ecos
de beatles, viuvaldis,
on the skys
mas quero ser do seu tempo
cúmplice e artífice
me deixando em cada esquina
onde você, com seus mapas,
insistir em morar:
quero perder-me sem rotas
em rostos rosas
rezas retas curvas
turvas resistências
quebradas
em cada abraço seu, em cada olhar
sábado, 25 de agosto de 2012
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
sagrado
sagrado
é o segundo que é
não o que foi,
não o que vem
permanece
sagrado é o instante único, esse, que já foi,
enquanto canto ou escrevo, enquanto sorvo
o ar desta tarde de inverno-gélido, fresco,
limpo
sangrados são os pés
que pisam espinhos também
e não só rosas:
nada te espera além, no amanhã,
respira teu ar de agora
e olhe os pássaros:
as flores são belas,
mas murcham e se acabam
como as tempestades
e as bonanças
é o segundo que é
não o que foi,
não o que vem
permanece
sagrado é o instante único, esse, que já foi,
enquanto canto ou escrevo, enquanto sorvo
o ar desta tarde de inverno-gélido, fresco,
limpo
sangrados são os pés
que pisam espinhos também
e não só rosas:
nada te espera além, no amanhã,
respira teu ar de agora
e olhe os pássaros:
as flores são belas,
mas murcham e se acabam
como as tempestades
e as bonanças
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