domingo, 24 de janeiro de 2010
desanoiteceres
imagem: ombres chinoises I - flickr/doozzle
prá nina rizzi
é que andei aprendendo a desanoitecer pesadelos enquanto lia prá dormir, de noite, contos de poe de lovecraft ah aqueles monstros infames, subterrâneos, Cthulhu aterrorizando corpos e destroçando almas- eu aprendi ali, com poe , a desamanhecer pesadelos e engendrar sonhos lilazes que não apertavam gargantas nem cuspiam cacos de vidro ensanguentados- só exalavam perfuames de lirios e águas de colônia... eu de há muito tempo havia perdido a vontade de sonhar com as coisas quando as coisas começaram a sonhar comigo: eu ia soooooozinho e atarantado em meio ao caos e à neblina de rimini fellini desnorteado no sertão e eu era parte dos sonhos das coisas: que coisas? coisas do mundo,coisas que a gente ia acumulando ao longo da vida feito seixos rotulados nos rios amontoando-se ao longo das veredas e dos caminhos e tantos buracos e tantas capoeiras nas matas e os olhos verdes da figura ainda me olhavam do alto de seus metros de alturas- ai, grande sertão de diadorim e riobaldo rosa tosa rosa guimaraneando os sentimentos e garimpando vozes e sentimentos lá no fundo da alma que rosa mineiramente sabia de todas as coisas que coisas? as coisas que nos sonham, as coisas que acontecem enquanto a gente vai vevivendo soinhos moinhos moribundos- marimbondos voam em minha direção e me ferram no pescoço: a dor é lancinante, é funda, e eu acordo no meio deste caos emocional poético remissivo e caio do rocinante- eu- quixote de araque- um araquiri poéstoico me aflora à mente- e eu nem sei mais do que estava falando: de rosa, dos sertões, dos marimbondos, de lovrecraf e de poe- ah, poe, edgar allan- poeta dos grandes- teus poemas me iluminam,
assim,devagar, desamanheço pesadelos
e anoi-teço sonhos
em noites cor de açafrão:
há luzes, há terracotas
há ervas finas
e finais
felizes
há corações empedernidos
e canções de meninar monstrinhos.
antes, muito antes do dom
eu não era assim:
adormecia pesado
e aos roncos e barrancos
atravessava a noite
como um destinado
à barca de caronte
mas hoje, meu sono é leve
como penas de gansos
e garranchos de criança
rabiscando folhas
de papel;
desamanheço pesadelos
e brinco
no branco do olho
no romã da boca
no seio macio
e no dedo em riste
que me aponta: quem
é o intruso
que se introduz assim
em meu reinado?
nada nada nada é o que digo:
minha intromissão
é jugo leve
fardo sem peso
é pluma no ar:
desaprendi pesadelos
e navego-
no mar de ulisses
voltando para ítaca
imune às sereias
e aos cantos mortais.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
imaagem: bored if you dont- flickr/otherthings
porque a solidão é uma parede branca
caiada de ausências
e brinca
brusca
dançando nua
na nebulosa do quarto
um lânguido
tango argentino.
desmoronaram muralhas
de flores mortas
sobre a praça das horas
e as heras verdes
invalidam as frestas
despedaçam janelas
e luzes
e se instaura
como cacos
de caos
a dança não cansa
a música tosca a
parede é branca
é preta
é púrpura e ocre
a vida incolor reclama
de tanta palavra e adjetivo
é apenas merda
na privada
sangue nas seringas
e o que mais?
Que temos nós a ver
Contudo?
tudo é um surto. um susto.
um curto-circuito
um circo
a cicuta de Sócrates:
tudo é fogo-
fátuo
tudo é enfado.
as horas dançam
e nos tomam como pares:
os copos nas mãos
brindemo-nos
brinquemo-nos
enquanto a vida flui.
sábado, 16 de janeiro de 2010
do not
imagem: Pool(s) - ceesjw/flickr
Do not translate
this poe-m:
or swall
the words
swords
iced
fiords
let the poem
fly, like flies
and lies
say good-bye
as a shining
in a acid sky.
i... am a anonimy
try poetry
try poe
and break ties
but let the words
and the poems
rest in peace
like bread and butter
one only body
on thew tableau
any language
all the tongues:
sing the songs
of yourself:
o sangue das canções
tatua-se na pele
como ideogramas:
血液中的歌曲
休息
語言熱!
deixe o poema viver
na minha, na sua,
em nossas línguas,
mãe!,,
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