quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

mil novecentos e sessenta e oito


mil novecentos e sessenta e oito
tinhamos dezoito
anos
incensos, panos indianos,
camisas abertas , flores no peito
e o jeito manso de quem sonha
com outros tempos.
éramos tantos, éramos tontos,
éramos cantos encantados nas esquinas
sonhando com canções alucinadas
éramos sonhos, éramos hippies
mas...
como passam as águas rápidas do rio,
como passa o calor e passa o frio,
como passa o inverno e também passa o estio,
como passa a força e o despertar do cio,
como passa o cem, como passa o mil,
passaram-se logo os dias
atropelando os sonhos,
insanos,
pacificando as sanhas,
tornando calmas as ondas,
onde andas? onde andas?
hoje sentamo-nos à beeira dos abismos,
andamos nos fios das navalhas,
buscando um ponto qualquer de equilibrio
neste mundo insosso..
que fazer? nada a fazer
a não ser
sair, prá ver o mar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

vida vida vida

vida vida vida onde e em que canto
eu te encontro e te perco?
onde me encontro e me perco
se nem sei de mim, se se perder é se achar
pro mundo
ou se se achar é como se agacharnaun canto
quadraddo qualquer, sozinho qualquer, sonhando
qualquer sonho!
vida vida ah! vida... quanta poesia é em ti,
nos caminhos descontruídos, nos descaminhos traçados,
nos ultrajes,nos rituais de passagem,
quem de si sabe algo,sabe algo?
ah,que bom se pudéssemos beber da fonte
das águas frescas
aqui e agora
sermos mais.

Vida vida vida

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

com estes olhos de criança


A noite adormece nos quintais
enquanto
o espanto estanca o sangue
e os beijos dos casais
como camisas estiradas aos
ventos, nos varais
varados de roupas e de loucas
memórias, promessas,sem pressas,
sem presas em tesaslembranças
de passados, que passam nos beirais
vagando em águas, em éguas, em ínguas,
em lindas linguas, vorazes,
a devorar os velhos jornais
os velhos novelos de novelas
iguais
jamais, nevermore,
adeus!
não te verei com estes tristes
olhos de criança,
nunca mais!

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

poesia no dia a dia

Eu te quero, poesia!
entre meus braços,meus olhos, minhas pernas,
eu te quero, poesia,
crua e avassaladora
em nmim!